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Tarifaço dos EUA: o que o seguro realmente cobre

A nova rodada de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — apelidada de “Tarifa Trump” — já entrou em vigor. A medida acende um alerta vermelho para empresas brasileiras que atuam no comércio exterior, especialmente aquelas que mantêm relações comerciais diretas com o mercado norte-americano.
O impacto é direto: aumento de custos, queda na competitividade e incertezas em contratos. Em meio a isso, uma dúvida legítima começa a surgir:
há alguma forma de mitigar essas perdas via seguro?
A resposta passa longe do senso comum — e exige atenção ao que está (ou não) coberto na sua apólice.
O tarifaço e seus reflexos no setor empresarial
Embora cada empresa tenha uma exposição diferente ao comércio exterior, o efeito das tarifas impostas por um dos maiores mercados do mundo é sentido em toda a cadeia:
- Custos logísticos aumentam
- Contratos se tornam menos viáveis
- Mercados se tornam imprevisíveis
Empresas que operam com margens apertadas ou dependem da estabilidade internacional agora se veem expostas a riscos que não são cobertos pelas formas mais comuns de proteção financeira.
Riscos políticos: uma exclusão frequente nas apólices
No universo dos seguros, medidas governamentais como tarifas, embargos, sanções e restrições econômicas são classificadas como riscos políticos. E esse tipo de risco, salvo em contratos específicos e personalizados, costuma estar explicitamente excluído nas apólices tradicionais.
Ou seja:
Se a sua empresa tiver perdas em função direta da medida adotada pelos EUA — seja por perda de mercado, aumento de custos ou rompimento de contratos — o seguro padrão não irá indenizar.
Essa exclusão se baseia no fato de que riscos políticos são voláteis, complexos de precificar e estão completamente fora do controle da seguradora e do segurado.
E os lucros cessantes? Quando eles são cobertos?
Muitas empresas acreditam, erroneamente, que qualquer perda financeira significativa pode ser coberta por uma apólice de lucros cessantes. Mas isso só ocorre quando há sinistro material garantido, como por exemplo:
- Incêndio
- Explosão
- Alagamento
- Roubo com evidência de violência
No caso do tarifaço, estamos falando de uma decisão externa de ordem política, sem qualquer dano físico à estrutura da empresa. Logo, não há acionamento possível da cobertura.
Existe algum tipo de seguro para esse cenário?
Sim, ele existe — mas não está no portfólio padrão das seguradoras.
O seguro de riscos políticos é um produto altamente especializado, mais comum entre grandes corporações multinacionais ou empresas com operações em países com histórico de instabilidade regulatória.
Essas apólices específicas podem incluir coberturas para:
- Cancelamento de contratos por atos governamentais
- Expropriação de ativos
- Inconvertibilidade de moeda
- Restrições à repatriação de capital
No Brasil, esse tipo de seguro ainda é raro, demanda avaliação técnica rigorosa e costuma ter alto custo, o que o torna inacessível para a maior parte das pequenas e médias empresas.
O que a sua empresa pode fazer agora?
Diante desse cenário, a principal medida a ser tomada é uma revisão estratégica das apólices já contratadas. Três pontos devem ser observados com atenção:
- Entendimento claro das exclusões — principalmente aquelas relacionadas a riscos políticos e perdas econômicas indiretas.
- Avaliação da aplicabilidade de lucros cessantes — para entender quando, de fato, essa cobertura poderia ser acionada.
- Mapeamento de vulnerabilidades operacionais — considerando desde cadeias de fornecimento até relações contratuais internacionais.
Mais do que nunca, o seguro deve ser visto como parte de uma política de gestão de riscos robusta, e não como uma simples formalidade contratual.
Resumo: o que o seguro cobre (e o que não cobre) no caso do tarifaço
🔴 Não cobre:
- Perdas causadas por tarifas comerciais impostas por governos
- Rompimento de contratos por inviabilidade econômica
- Prejuízos financeiros sem dano material
🟢 Pode cobrir:
- Lucros cessantes quando houver sinistro material coberto (ex: incêndio)
- Riscos políticos — somente em apólices específicas e fora do padrão tradicional
Apólices mal compreendidas custam caro
Momentos como este revelam um problema comum: muitas empresas não conhecem os limites reais de suas apólices.
Só descobrem o que não está coberto quando o prejuízo já chegou — e não há mais o que fazer.
Por isso, agora é o momento ideal para:
- Rever cláusulas
- Analisar exclusões
- Fortalecer sua política de continuidade de negócios
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